sexta-feira, 29 de abril de 2011

Olhar

Na porta da Abadia de Westminster, o príncipe William e sua esposa Kate, agora duquesa, se entreolham logo após se casarem. Um sorriso límpido está estampado em suas faces. Uma luz de prazer e satisfação emana de seus olhares. Mesmo com aqueles trajes tradicionais e o longo véu de noiva, estão desnudos pelo amor. Parecem isolados em uma redoma, unidos por um vínculo inquebrantável, surdo a toda a multidão que os ovaciona, a todos os rituais tradicionais da monarquia e a toda a pressão em torno do casal real. Um casamento é verdadeiramente real, quando prevalecem o afeto e o companheirismo sobre o mundo exterior e sobre certos padrões sociais. Do olhar inebriado dos noivos, emerge a essência humana, verdadeiramente nobre, despojada da formalidade do título, ligada à generosidade da alma. Esse mesmo olhar, terno, radiante de alegria, se repete nos rostos de qualquer um que se casa com o ser amado. Seja nas favelas do Rio, na periferia de Trípoli, no mais distante vilarejo da Amazônia. Um sorriso com os olhos cheios de esperança ultrapassa as muralhas da violência, das misérias urbanas, do universo fechado da realeza, dos mistérios e dos enigmas de cada um. Com sua força vital, permite que a humanidade siga em frente e continue sua caminhada pelo reinado da vida.

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