quarta-feira, 15 de maio de 2013

Cores

Entendo cada cor como uma manifestação de vida. O verde empresta sua tonalidade às folhas. E o branco faz as nuvens se assemelharem a flocos de algodão. Um tapete de flores vermelhas se abre diante de uma cordilheira, revelando forças ocultas que regem o universo com beleza e encanto. Há no entanto corintianos que renegam o verde. Odeiam o visual de matas, campos e florestas explodindo nos seus olhos. Alguns palmeirenses também se ressentem por amarem uma moça de olhos negros e pele alva, em conflito por se apegarem ao corpo uniforme de cor rival. Gremistas gostariam que só existisse o céu azul e que o vermelho se apagasse das flores, do sangue que corre em suas veias ou de uma vasta plantação de maçãs ao redor da cidade. Culpam-se até pela delícia de beijar os lábios rubros da linda namorada. Assim o torcedor deixa de ser uma alegoria de seu tempo, joga fora a roupagem de personagem do mundo, ao estilo Carlitos, com seus dilemas, seus sonhos, seu sofrimento humano. Reduz intensamente o seu papel. Apequena-se. Torna-se apenas um assassino das cores.

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