Ele era banqueiro. Acompanhava suas finanças, na tela do
computador, nos esticados números da conta. Escolhia operações com frieza
matemática. E se projetava no engenheiro, no médico, no publicitário de sua
turma no científico. Todos homens de sucesso, do concreto. Naqueles padrões,
alguém que falasse de ética, da importância de ser honesto seria considerado
louco. Um excluído, um perdedor. Na frieza de seus gestos, nos seus e-mails
monossilábicos, pelas propostas que recebia e por causa das festas das quais
participava, podia-se dizer que ele era um vencedor. Era assim que o viam. Mas,
bem no fundo, não era assim que ele se sentia.
terça-feira, 4 de fevereiro de 2014
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