terça-feira, 8 de março de 2016

Imagem

De novo, o metrô. A linha verde estava esvaziada. De pé, sentia o conforto do ar condicionado e seu sopro polar. O vagão em trânsito estava isolado do calor que torrava a cidade. Era como se viajássemos em um simulador, pelo tempo e pelo espaço. Vejo então meu reflexo surgir no vidro da porta automática. Passeio em velocidade, diante da imagem olhando em minha direção. O túnel escuro dá contornos verdadeiros àquela forma que se movimenta do lado de fora. Também com o braço direito erguido, a segurar a barra de ferro. Penso que estou diante de minha alma, sorrindo um sorriso irônico. Ouço por telepatia a pergunta: quem é você? Em transmutação quântica, ela chega aos meus ouvidos: quem sou eu? Até que estou bem. Penteado, cara limpa, bermuda esportiva e camisa moderna. Revigorado com a corrida pelas ruas da Bela Vista, olhando o sol se espraiar por entre nuvens e edifícios. Um retrato próprio nesta data: 7 de março de 2016. Seguro uma mochila que vai balançando durante o diálogo silencioso. Paraíso, Ana Rosa, Chácara Klabin...Permanecemos nos encarando, em olhares de amor conflituoso, até a chegada à estação. A porta se abre. Eu saio. Em busca de respostas. Para dentro de mim mesmo.

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