quarta-feira, 9 de março de 2016

Aceno

Respiro o ar da cidade
Na quarta-feira sobre o viaduto
Lá embaixo os carros passam
Eu olho as árvores, um luxo
O sol resplandece nos prédios
Como meu amor em mim
De manhã se despediu
Com perfume de jasmim
E o aroma ficou no meu corpo
Enquanto vago por meu destino
Será isso um desatino?
Lembrar já é sopro divino
Um vento que vem do horizonte
Lá na serra da Cantareira
Por trás da fumaça cinzenta
Vejo rios e uma cachoeira
Vou andando pelo mundo
Esqueci quem me despreza
No semblante de quem passa
Um desejo, uma reza
O farol fecha, dou um tempo
Ouço a brecada, um momento
Crianças filhas de mendigos
Brincam em busca de um alento
Na balbúrdia um sentimento
No coração uma mensagem
Do amor que me acena
E me faz seguir viagem

Nenhum comentário:

Postar um comentário