segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Desenhos

Minhas palavras não alcançam a sonoridade do universo. Não são as ondas marulhando na praia. Tampouco o raio de sol que beija a copa de uma árvore no entardecer. Seu alcance não descreve o estímulo penetrante de uma música que encanta. Minhas palavras são pobres em comparação aos meus sonhos malucos e coloridos. Podem falar em cenários, mas jamais desenham perfeitamente pontes movediças, portões ornamentados, tapetes aveludados que só a minha imaginação vê. Feliz e genial é o escritor que consegue desenhar, pintar e cantar com as palavras. Mas se não consigo fazer desta maneira, também não posso deixar de me manifestar. Então esta atividade se torna mais importante para mim até do que para o meu leitor. Aprendi a me conformar enquanto não desenho, não pinto, nem canto. Eu escrevo, apenas.

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