quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Frequência

O programa de variedades trazia dois atores conhecidos à mesa de café-da-manhã. Ambiente sofisticado. Apresentadora elegante e gentil. E a conversa entre os três correu de forma educada, simpática. Com informações interessantes, longe de serem expostas de maneira picante. Mas um lado negativo seu viu aquilo como algo artificial. Tentava convencê-lo de que tudo não passava de um jogo de cena piegas. Logo percebeu seu erro. E não se deixou levar pela voz diabólica que tanto o atrapalhou em momentos importantes. Viu que um crítico dentro dele queria estragar o clima amistoso que o bom programa tentava passar. Depois, em momentos de lucidez, ele não poderia reclamar do sensacionalismo da TV, da perversidade da imprensa e da estupidez humana... Estes pensamentos mesquinhos sempre o tiravam de uma frequência positiva. Precisava manter-se firme, resistir à tentação destrutiva que é comum por ser mais fácil. Como pessoa, não deveria alterar esta frequência. Como telespectador, não deveria mudar de canal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário