quinta-feira, 16 de junho de 2016

Despedidas

Há um momento em que as lágrimas viram sal
O mesmo da despedida do que um dia foi um casal
Dois homens conversam numa banca de jornal
Uma conversa que passa, um bate papo banal
Há situações em que tudo se resume a um instante
Um jogo cheio de história, o sorriso da amante
Na rotina de lapidar cada detalhe é determinante
Reluz e se vai etéreo, como o brilho do diamante
Ninguém consegue no mundo dizer tudo o que pensa
Acumula um monte de frases, falar não compensa
Ninguém consegue controlar aquilo que diz o tempo
É como se um menino tentasse agarrar o vento
A lua no sereno vê de cima todos os lados
Na luz prateada explodem bilhões de sonhos dourados
Que aparecem e se despedem, nas ruas e nos prados
Em todo o tipo de encontro, ao acaso e os marcados
Depois, talvez nunca mais se verão
Nem na primavera, nem no verão
E verão que a primavera dos desejos
É a mais bela solidão
No querer estar ao lado
Na vontade de falar sem poder
Na amizade que brota em olhares
Mas precisa se esconder
Querer abraçar, falar, tocar,
E nem conseguir conversar
Compromissos e conveniências
Cada um navega em seu mar
Mas uma coisa fica
E permite continuar
Para sempre insistindo
No silêncio que é amar
Em todos os dias
Entre todas as pessoas
O braço que abraça lá longe
A fala que alcança o infinito
As mãos que acariciam sem toque
Os olhos que enxergam por dentro
A memória que nunca se traduz
A continuidade de cada cumprimento
Após cada afastamento
Em todo o tempo
Em cada momento
Se chama sentimento

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