terça-feira, 21 de setembro de 2010

Esplendor

Raul Pompéia, no esplendor artístico de O Ateneu, dizia que a arte está acima da moral. Por outro lado, algumas pessoas, em geral autoritárias, repudiam qualquer questionamento jurídico a qualquer pretensa manifestação artística, até mesmo aquele que coloca em dúvida a existência de arte em certa manifestação. O senso estético para estes está na provocação, na ameaça de ruptura a qualquer custo de valores e padrões de um monstro permanentemente hipócrita chamado sociedade. Poderiam assim até achar bonito um quadro de nazistas assassinando judeus em um campo de concentração, em prol do que chamam de arte. Em seus tribunais de conceitos, diriam que aquele que se opõe a tal obra não passa de um defensor de regimes ditatoriais. A verdadeira arte, no entanto, supera estes desafios astutamente colocados pelos homens em sua cegueira de buscar o auto-engano, de não tentar resolver suas mazelas, mas sim negá-las através de um conceito, questionável sim, de arte. É preciso tomar cuidado com estes embustes falsamente democráticos. A verdadeira arte prima pela estesia e é essencialmente corajosa. Está acima da moral quando não se verga canhestramente à moral corrompida dos patrulhadores.

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