quarta-feira, 13 de julho de 2011

Instante

Neymar vinha correndo pela direita, chegou ao fundo já olhando, procurando Ronaldo. Podia cruzar para qualquer um, mas queria que fosse Ronaldo, que se despedia. Mesmo gordo, lento, Ronaldo captou a intenção do menino, fez um esforço genial e surgiu na entrada da área lotada, por entre os zagueiros, como um desbravador de uma floresta. Não gritou, nem pediu a bola. Sabia que ela viria, como veio, tocada para trás, para que ele finalizasse de primeira. Todas essas linhas simbolizam uma conversa telepática, instantânea, entre dois craques, um que surgia, outro que se punha. Como a noite que se transforma em dia, um raro momento de transição. Um amanhecer, que se fez em um sopro.

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