quarta-feira, 6 de junho de 2012

Prisioneiros

No campo de refugiados no Chipre as condições eram precárias. Crianças andavam em meio ao calor. O clima era seco e o amontoado de barracas ficava sobre a areia. Havia torres de observação em cada extremidade. Arames farpados cercavam o local, como se os judeus sobreviventes dos campos da Alemanha fossem bandidos. A água era escassa, para beber e para tomar banho. O verde não existia. O sol escaldante sufocava e oprimia, mas a luz das estrelas reacendia a esperança. Ela nunca deixou de existir, mesmo sem água, mesmo sem vegetação. Quando a futura estadista adentrou ao local para visitar aquelas pessoas, recebeu um presente de duas menininhas. Elas se aproximaram com timidez para lhe dar um singelo buquê de flores, feito com a ajuda das professoras do maternal. Eram flores de papel. Muito melhor do que se fossem de verdade.

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