quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Chicote

O corintiano gastou uma fortuna para ir ao Japão. Fez um grande esforço, desmarcou compromissos, deixou a família por uns dias para ver seu time de coração lutar pelo título mundial. Postou a chegada de seu grupo ao aeroporto, com entusiasmo e esperança. Estava orgulhoso de sua iniciativa. Um grande amigo seu, no entanto, não viu desta maneira. Comentou o post dizendo que iria secar muuuuuuuitoooo o Corinthians. Era são-paulino. Por isso mesmo, orgulhoso de si, não preferiu apenas desejar um cordial "boa sorte". Sua visão de mundo tricolor o impediu de perceber o tamanho da decepção do “amigo” caso o Corinthians perdesse. Tampouco tudo o que ele investira na empreitada. A rivalidade perdeu o limite. Tornou-se egoísta e cega. Virou uma brincadeira de mau-gosto. Explodiu a generosidade. O pior é que se apresenta como um padrão para parte da sociedade, que a aceita passivamente. Passa por cima dos sentimentos sem nenhum problema. Esmaga identidades na roupagem de piada. Açoita expectativas alheias como quem chicoteia com um sorriso. Ela quer ferir, não importa quem seja. Depois dizem ser esta a graça do futebol.

Um comentário:

  1. Sim, seu amigo são-paulino pisou na bola, mas lembremos que também o fanatismo corintiano, aliás de todos os clubes, já protagonizou cenas parecidas e abalou amizades !

    Talvez vc seja uma exceção entre os corintianos, cara !

    Mas compartilho com vossa visão sobre como deveriam ser as rivalidades esportivas.

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