Uma mulher robusta e
loira senta no banco da escuna e mira o horizonte, as ilhas, sem
olhar para os outros passageiros. Anda de cabeça erguida. Finge não
ceder aos balanços da onda, às ondulações da vida. Avista o
horizonte como uma rainha pomposa, como se seu biquini não
escondesse estrias interiores, mas prendesse um véu a se arrastar
pela madeira gasta e molhada. Os outros tentam pegar nas nuvens seus
pensamentos distantes. Não conseguindo, sentem-se miúdos em seus
trajes quase desnudos. Não percebem que a mulher robusta quer que
seja assim. A mulher robusta tenta esconder que é ela quem está se
afogando.
quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
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