quarta-feira, 7 de julho de 2010

Holanda

Fatos que se sucedem no tempo implacável. E que carregam nos seus rastros detalhes infindáveis, capazes de preencherem um livro se analisados com minúcias. Assim é a vida, assim é o futebol. A derrota do Brasil para a Holanda já é passado. Tornou-se passado assim que o juiz apitou o fim do jogo, levando as esperanças daqueles que acreditavam. É isso que dói, ter a precisa noção de que o tempo não volta atrás, que o rumo dos acontecimentos não pode ser corrigido. Tampouco lamentos conseguem reescrever a história.
Tudo aconteceu muito rápido. Antes da partida, naquela ansiedade, pensei na vitória, baseado no aprendizado das últimas derrotas. Tive a intuição de que a vivência, apenas a vivência, se imporia naquele gramado, uma espécie de savana desenfreada de jogadas e sonhos, para que tudo desse certo. Mesmo a experiência, porém, não é suficiente para nos tornarmos invulneráveis. Dunga e o nosso aguerrido time sentiram isso. Mais uma página foi virada na história das Copas.
Mas toda a determinação do grupo na sedutora África do Sul e a lição dolorosa de que os desejos às vezes teimam em não prevalecer, apesar de o dever cumprido, mostram mais uma vez que nem sempre a vitória é o mais importante. Já sinto falta das arrancadas imponentes do Lúcio, da insistência do Kaká, do olhar obcecado do Maicon, da força do Luís Fabiano, da seriedade do Robinho, que guardou seu jeito moleque nestas ocasiões em que o futebol é solene.
Já guardo com uma pontada de dor e saudade esta Copa do Mundo, para mim sempre um manancial em que navegam minhas esperanças, um campo por onde correm os meus amores, para além do meu tempo, neste livro que nada mais é do que a compilação das minhas emoções.

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