terça-feira, 6 de julho de 2010

Lanchonete

A noite perfumada ao redor do pequeno edifício, onde ele fazia o curso, não escondia um ar melancólico trazido pelo vento. A região e os seus objetivos até que eram nobres. Esperava o início das aulas sentado na lanchonete moderna ou no barzinho de fast-food para ricos. Comia sanduíches vazios, caros, que não matavam sua fome. E quando começava a aula de escrita criativa, em salas luxuosas com sofás e almofadas, pouca coisa mudava. Havia certas madames com frases irônicas que provocavam gargalhadas. Advogados com um estilo blasé. Estudantes tentando mostrar a todo custo a própria intelectualidade. No geral buscavam esbanjar, ou arrotar, cultura de uma maneira impositiva. Até que demonstravam técnica na elaboração de textos, que, no fundo, não contavam verdades. Para ele, era como se continuasse sentado na lanchonete moderna ou no fast-food para ricos comendo os mesmos sanduíches vazios.

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