terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Enganos

Jean–Jacques Rousseau uma vez escreveu que não haveria nada mais irracional do que um mundo feito de sábios. Se existe o gênio é preciso que haja um povo para ser instruído. Disse ele, no século XVIII, que o mal da humanidade não é a ignorância, mas o engano. Os maiores equívocos são fruto de pensamentos e atitudes daqueles que acham saber o que não sabem. Antes, Sócrates afirmara: “Só sei que nada sei”. Juntando as duas filosofias, podemos encontrar uma luz. Seria mesmo irracional um mundo apenas de sábios. Mas seria importante que todos os ignorantes e os que se enganam tivessem a vontade de aprender. Como o conhecimento é infinito, eles aprenderiam cada vez mais a saber que nada sabem. Mas também poderiam ensinar ao outro o que aprenderam. Com o tempo, a sociedade ficaria mais equilibrada, com o ser humano atuando em múltiplas funções, como se diz no futebol. Nesse carrossel de informações, ficaria mais claro que a ignorância é o limiar entre a sabedoria e o engano. Então o homem aprenderia ensinando. Ensinaria aprendendo. Enganar-se-ia menos. Ensinaria a verdadeira sabedoria aprendendo a ser ignorante.

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