terça-feira, 25 de maio de 2010

Tela

Mergulhei na tela do hardware, levado pelo risco que pulsa.
Na amplidão do espaço em branco, me senti em geleiras ocultas.
Até que encontrei um caminho, conduzido pelas palavras.
Segui escorregando na trilha, rodeado por mar de ondas bravas.
Cada vez que formava uma frase, parecia que o sol me aquecia.
Em trajetória curva e glacial mais forte me sentia.
Já em uma carruagem, por campos de gelo seguia.
Escrever é estar dentro da tela, que une encanto e magia.
Entrei então em fiordes, tentei rebuscar não deu certo.
Olhei perdido pra frente, na fria areia o deserto.
Refiz intrincado traçado, impulsionado pelo vento polar.
Subi elevadas montanhas, sem respirar, com pouco ar.
Em um momento da trama, me deparei com a aurora austral.
A vista linda e o céu limpo me ajudaram a chegar ao final.
Percebi que a noite brilhava, misturando sol e lua.
Cristais de gelo piscavam, como vaga-lumes na rua.
Olhei para fora da tela, vi meu rosto concentrado.
Reconheci o menino de outrora, olhos brilhantes animado.
Batucando o teclado de letras, sentiu-se realizado e leve
Desde criança sonhava poder viajar pela neve.

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