sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Gravação

O homem resolveu um dia ligar para o número de uma menina da escola em que estudou. Ficavam horas conversando, cada palavra dela fazia seu dia ficar melhor ou pior. Cada telefonema era um acontecimento, símbolo e resumo daquela época de sonhos, medos e esperança de um adolescente. Ele ficou indignado, no entanto, com a resposta que ouviu do outro lado da linha, feita por uma gravação com voz feminina. “Este número de telefone não existe”. Ele, já adulto, continuava com sua essência sensível. Gostaria de obter uma resposta mais correta, menos fria. “Este número de telefone não existe mais”.

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