sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Luan

Um burocrata de uma Prefeitura criticou Luan Santana. No refeitório da repartição, destilava a velha filosofia destrutiva daqueles que se acham um nada e culpam o mundo por isso. “É a cultura de massa”, argumentam. Não separam o joio do trigo. Tudo que faz sucesso, para eles, é banal. Não percebem a própria inveja, enquanto vestem trajes simplórios e despojados de qualquer autoestima. A simplicidade é uma característica fundamental. A questão é que ela deve levar a algum lugar, não deixar a pessoa remoer, entre uma e outra colherada de sopa, o ódio ao vizinho de mesa durante a vida inteira. Luan Santana, Justin Bieber, Bruno Mars têm méritos sim. Fazer sucesso requer força interior e talento que motivam a inveja. Muitos jornalistas e atores da Globo também merecem igual reconhecimento. A cultura de massa, quando mal utilizada, é mesmo um fator alienante. Não é o caso desses artistas. Eles despertam algo no público. Cativam, muito mais do que com técnica ou afinação, por revelarem algo de si com poesia e impacto. A voz de Luan pode não ter o preparo adequado, mas talento é muito mais do que isso. Em uma de suas músicas, o jovem cantor diz, com seu timbre único e especial. “No seu olhar enxergo sua alma”. Por isso essas pessoas encantam multidões. Porque revelam a sua alma com o que fazem. Quem as contempla, capta, assimila e, em um fenômeno inexplicável, projeta sonhos, se infla de esperanças, se eleva espiritualmente. De certa maneira, o grande artista também revela a alma de seu público. E presta um serviço, não somente artístico, mas social e religioso. Fazer cada um dos fãs se sentir uma pessoa melhor.

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