segunda-feira, 5 de abril de 2010

Mundos

Teu silêncio entrecorta o véu da noite
No semblante esculpido em pedra rude
As palavras entoadas como gotas
No veneno ensaguentado do chicote

Minhas carências te acenam no vazio
E meu peito se desfaz em mil pedaços
Do meu corpo emerge um canto de oceano
De pedidos que deságuam no meu pranto

Tão penosa é a travessia pelas horas
Na insônia que não cala tua angústia
De gemidos inauditos em quarto escuro
Nos lençóis que suam sombras interiores

Meus anseios transvarridos pelo vento
De uma fúria pelos roncos das cavernas
Tempestade de torrentes quase insanas
A golfarem pelos becos da minha mente

Tuas vidas divididas em continentes
Incontinentes desligados fragmentos
Borbulhando pelo magma do inferno
Nuvens cobrem tua ponte que une mundos

Minha luta obstinada de equilíbrio
Perde o chão neste abismo infinito
Pela linha que se rompe dolorida
Explosão que faz do amor uma quimera

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