segunda-feira, 5 de abril de 2010

Sócrates

Meu pai me dizia, em tom de ensinamento, que o Sócrates era alto, esguio e magro. Eu ouvia intrigado aquela frase sobre meu maior ídolo. O estilo de jogar elegante e a postura libertária na vida eram um enigma para mim. Não combinavam com aquela estrutura física e mental estranha ao futebol. Esta mistura era fascinante. Seus toques entravam em minha alma de criança com a luz do céu, o marulhar das ondas, a poesia das palavras. Hoje acharam óbvia a opinião de meu pai, dada há tanto tempo. Mas ser alto, esguio e magro no futebol não é óbvio. Ainda por cima craque. Meu pai já antevia isso. Meu pai também era um craque.

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